Enquanto o mundo enfrenta tantas questões como crises climáticas, guerras, desigualdade social e fome, uma parte significativa da imprensa parece estar mais preocupada em atualizar, minuto a minuto, a vida pessoal de celebridades como Zé Felipe e Virgínia.

E a questão não é a separação do casal, que tem sua vida e seus problemas particulares. O problema é quando o assunto ocupa quase todo o espaço que deveria ser dividido com informações que realmente impactam a vida das pessoas.

A espetacularização da vida alheia virou prioridade editorial. O sensacionalismo vende, gera cliques e engajamento. E, nesse jogo, quem perde é o público, que fica desinformado, alienado e, muitas vezes, incapaz de compreender a gravidade dos problemas que o cercam.

A imprensa que deveria informar, educar, formar senso crítico, muitas vezes, escolhe entreter em excesso, priorizando o fútil ao invés do essencial. É claro que há exceções, jornalistas sérios e veículos comprometidos com a verdade. Mas eles são, cada vez mais, engolidos pelo algoritmo que recompensa o raso, o escandaloso e o irrelevante.

O problema não é falar de Zé Felipe e Virgínia. É só falar disso enquanto o mundo pega fogo.