O relatório da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle revelou que mais de R$ 2 bilhões em insumos comprados pelo Ministério da Saúde foram descartados nos últimos quatro anos porque não foram utilizados no período de validade. Isto acontecia desde o ano de 2019 na gestão de Bolsonaro.

Os dados são do levantamento da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, da Câmara dos Deputados, num relatório ao qual o Jornal da Globo teve acesso com exclusividade.

Medicamentos e vacinas, avaliados em cerca de R$ 2,2 bilhões foram jogados no lixo e incinerados. A comissão alerta para o risco de que ocorram ainda mais descartes.

Uma vistoria foi realizada na última sexta-feira, dia 14, no almoxarifado central do Ministério da Saúde, em Guarulhos, na Grande São Paulo. O local é onde ficam armazenados e são distribuídos grande parte dos recursos de saúde do SUS. Na visita, os integrantes da comissão viram que outros 75 milhões de itens que irão vencer nos próximos meses.

“Com esse recurso que foi perdido, que foi desperdiçado, seria possível construir um novo Inca, seria possível reformar todas as unidades federais do Brasil. Mas, infelizmente, por falta de gestão, ele foi queimado. Para que a gente não tenha cenas como essa se repetindo, é muito importante que o Ministério da Saúde reestruture o seu projeto de logística, reestruture como distribui medicamentos e vacinas no Brasil, para que os erros do passado não sejam repetidos no futuro”, relatou o deputado Daniel Soranz (PSD-RJ).

O Ministério da Saúde atual informou que não compactua com desperdício e que é algo inadmissível que demonstra o descaso da gestão no governo Bolsonaro.