Neste domingo, dia 22, quatro deputados federais do Partido dos Trabalhadores protocolaram uma representação criminal na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) por suspeita de crime de genocídio contra os povos Yanomami em Roraima.
“Essa política de extermínio dos povos Yanomami e de outras comunidades indígenas, conduzida com galhardia e prazer pelo ex-presidente da República, já vinha sendo denunciada no país e no exterior, tendo sido inclusive, recentemente, objeto de documentário produzido por pesquisadores estrangeiros …”, diz um trecho da representação.
O documento também diz que “crianças e adultos em situação de elevada subnutrição, cadavéricas, numa realidade que não deveria existir num país que ano após ano tem recordes na sua produção agrícola e alimenta diversas nações e povos”.
“A responsabilidade por essa tragédia é conhecida no Brasil e no mundo. Na verdade, além da omissão dolosa, o primeiro representado [Jair Bolsonaro] é diretamente responsável por autorizar, incentivar e proteger o garimpo ilegal nas terras indígenas Yanomami e em várias regiões da Amazônia”, acrescenta.
De acordo com os parlamentares, houve “omissão dolosa” do ex-presidente e também de outros integrantes do governo. No último sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o povo indígena Yanomami.
“Um país como o Brasil não pode deixar os indígenas abandonados, como eles estão em Roraima. Vamos trabalhar para dar ao povo Yanomami a dignidade que eles merecem na saúde, na educação, na alimentação e no acesso à cidadania”, escreveu Lula em postagem nas redes sociais.