A estação chuvosa no Ceará, período entre fevereiro e maio, terminou com resultados positivos recordes no aporte hídrico do estado. Durante esses quatro meses, o Ceará registrou a sangria de 77 açudes, o melhor resultado desde 2009, quando 111 açudes sangraram. Esses dados foram divulgados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) nesta sexta-feira, dia 7.
A Cogerh explicou que o volume total é resultado dos bons aportes nas bacias hidrográficas. As regiões do Acaraú, Coreaú, Litoral, Metropolitana, Serra da Ibiapaba, Salgado e Baixo Jaguaribe estão em situação “muito confortável”, com volumes acima de 70%, destacando-se o Baixo Jaguaribe e o Litoral, que registram 100% de sua capacidade.
A região do Curu teve uma recuperação significativa. No início deste ano, antes da estação chuvosa, a bacia estava com 26% da capacidade total. Hoje, está com 66% das reservas hídricas acumuladas, em uma situação confortável.
Os três maiores açudes do Ceará também atingiram bons níveis, registrando os maiores aportes dos últimos anos.
Açude Orós: o reservatório estava com 4,7% no início de 2020 e agora está com 74%.
Açude Banabuiú: quase secou entre 2015 e 2018. No início deste ano, o reservatório registrava 42%.
Castanhão: marcou 2,1% de volume em 2018 e agora está com 36%, maior percentual desde 2014.
A Cogerh informou que, pelo quinto ano consecutivo, o Castanhão não enviará água para a região metropolitana de Fortaleza, devido ao bom volume acumulado nos açudes Pacoti, Pacajus, Riachão e Gavião, que abastecem a região metropolitana da capital.
Regiões em alerta
A Cogerh alertou para a situação na bacia hidrográfica dos Sertões de Crateús, que está com menos de 25% de sua capacidade hídrica acumulada. Outros 20 reservatórios no Ceará apresentam volumes abaixo de 30% da capacidade.
“Destacando os desafios persistentes impostos pelo clima semiárido da região, com chuvas distribuídas de forma irregular no tempo e espaço”, destacou Tércio Tavares, diretor de operações da Cogerh.