Candidato ao Senado Federal, Camilo Santana (PT) falou sobre o rompimento entre o PT e o PDT nesta segunda-feira (29). O ex-governador do Ceará ressaltou “injustiça” feita com a governadora Izolda Cela (sem partido) ao “terem tirado o direito de reeleição”.
Ainda filiada ao PDT na época, a governadora foi preterida em votação interna do partido, e o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) acabou vencendo a disputa pela candidatura ao Governo do Ceará. O PT, então, optou pela candidatura própria de Elmano de Freitas (PT) e atraiu outros partidos da base governista insatisfeitos com a escolha do PDT.
“Tomamos a decisão, fruto dessa injustiça com a governadora Izolda, de apresentar o nome do Elmano como representante desse projeto, para dar continuidade e fazer avançar ainda mais o que eu e Izolda realizamos ao longo desses anos no Ceará”.
CAMILO SANTANA
Candidato ao Governo do Ceará
A afirmação foi feita durante entrevista a TV Diário e Verdinha nesta segunda-feira (29). Camilo Santana é o primeiro entrevistado da série de sabatinas com candidatos ao Senado, que integra a cobertura eleitoral do Sistema Verdes Mares em 2022.
O ex-governador destacou ainda qualidades de Izolda Cela, a quem chamou de “maior responsável pela Educação no Ceará”. “Servia para ser vice e não servia para ser candidata? Servia para ser secretária, mas não servia para ser governadora? A decisão de lançar candidato foi pela injustiça com a governadora Izolda Cela”.
‘POLÍTICA NÃO É FEITA DE INIMIGOS’
Desde o racha, Camilo tem sido alvo de críticas dos ex-aliados, principalmente do candidato a presidente, Ciro Gomes (PDT), que chegou a falar em “traição”: “É uma coisa muito amarga”, disse durante agenda de campanha no Ceará.
A respeito das declarações, Camilo preferiu desconversar. “Os gestos falam mais do que palavras. O cearense me conhece, sabe o meu jeito de governar”, afirmou. Apesar das críticas, o candidato não descarta uma reaproximação.
“A política não é feita de inimigos. É feita em cima de ideias, de projetos, de propostas. Em quantas eleições de municípios tivemos PT de um lado e PDT do outro? Faz parte da democracia. A gente pode conviver. Nós temos mais convergências do que divergências”, ressaltou.
Ele falou ainda a respeito do senador Cid Gomes (PDT), a quem sucedeu no comando do Governo do Ceará. Ele voltou a afirmar que “ninguém irá quebrar” a relação entre ambos e disse querer o apoio de Cid à sua candidatura ao Senado. “Torço muito que em breve a gente possa anunciar”, ressalta.
Sobre as críticas de Ciro Gomes, Camilo preferiu não rebater. “em relação ao candidato a presidente, eu prefiro responder com a oração de São Francisco”, disse. A oração a qual o candidato se refere foi a mesma postada na datas das críticas e que diz: “onde houver ódio, que eu leve o amor”.
PRIORIDADE PARA SEGURANÇA E EDUCAÇÃO
O candidato falou ainda sobre quais devem ser as prioridades caso seja eleito para o Senado Federal. Uma delas é a segurança pública. Camilo Santana afirmou que é preciso “rever pontos do Código Penal”. “Precisamos ter leis mais duras para determinados crimes. O País precisa mudar suas leis”, reforça.