O governo australiano está estudando novas medidas para o controle da criação de gatos no país. Nesta semana, um esboço de um plano de ação foi divulgado, que prevê a caça e a eutanásia dos felinos capturados na natureza.
O motivo da ação ocorreu após a publicação de um relatório das Nações Unidas. Segundo o documento, as espécies invasoras são as maiores causadoras de perda da biodiversidade na Austrália.
A ministra do Meio Ambiente australiana, Tanya Plibersek, realizou um pronunciamento sobre as novas medidas: “este documento de consulta fará perguntas realmente importantes, como,‘devemos ter um toque de recolher para gatos? Os governos locais deveriam ter mais oportunidades de restringir a posse de gatos em sua área?'”.
Plibersek estimou, ainda, que os gatos são responsáveis pela morte em média de dois bilhões de animais anualmente. Em 2015, o país também passou por conflitos contra os felinos, quando foi constatado aumento do número do animal em estado selvagem.
As novas propostas envolvem principalmente a criação dos gatos domésticos, como a obrigação de mantê-los em casa durante a noite, estabelecer um limite de gatos por casa e a criação de áreas livres de gatos.
Em entrevista à imprensa norte-americana, uma das principais investigadoras do país sobre o impacto dos gatos, a professora Sarah Legge, da Universidade Nacional Australiana, afirma que os australianos, quando comparado aos outros países, aceitam melhor medidas para conter gatos domésticos.
A pesquisa também explica que os impactos dos gatos domésticos e selvagens “se misturam”, e por isso, são necessárias ações voltadas para as duas espécies.
Ainda na investigação de Legge, é apontado que um gato doméstico mata cerca de 186 mamíferos, aves, répteis e sapos, são mortos por ano. Enquanto um gato selvagem pode matar até 748 outros animais.
Apesar da estimativa de mais mortes, os gatos selvagens estão espalhados na natureza, e os domésticos estão concentrados em densidades mais elevadas nos subúrbios.