A pobreza menstrual, apesar de ser um termo desconhecido por muitos, atinge milhões de pessoas com útero em todo o mundo. Pensando em reduzir os impactos desse problema, o Governo do Ceará já alcançou mais de 200 mil estudantes com a distribuição de kits de absorventes em escolas públicas.
A medida tem o objetivo de evitar que, como um reflexo da desigualdade social, a pobreza menstrual afete diretamente a frequência escolar e, com isso, cause prejuízo no desenvolvimento escolar. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de meninas na faixa etária de 10 a 19 anos que deixaram de fazer alguma atividade, entre elas estudar, por problemas de saúde nos 14 dias anteriores à data da pesquisa, 2,88% foram impedidas por problemas menstruais.
“A distribuição dos absorventes é também uma medida de combate às desigualdades. Dar condições de ter a higiene mínima, de oferecer uma educação menstrual, possibilita um risco menor de adoecimento e de que estudantes mais vulneráveis abandonem os estudos”, afirma a secretária da Educação, Eliana Estrela. O investimento para a iniciativa é de cerca de R$ 9,5 milhões.
Um kit, que contém dois pacotes de absorventes íntimos com oito unidades cada, tem feito diferença na vida de estudantes. Além da aquisição e distribuição de produtos, estão sendo desenvolvidas nas unidades de ensino ações de conscientização sobre a adequada higiene menstrual e atenção à saúde íntima.