Começa a chegar ao Brasil a vacina Gardasil 9, um novo imunizante desenvolvido pela MSD Brasil para aumentar a proteção contra o HPV, vírus causador de uma das maiores causas de câncer de colo de útero. A fórmula nonavalente protege contra nove diferentes tipos do vírus (6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58), autorizada para o uso em pessoas de 9 a 45 anos. A nova vacina promete proteger em até 90% dos casos.
A vacina está disponível apenas em clínicas particulares e custa, em média, R$ 1 mil cada dose. De acordo com a bula, que foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina nonavalente pode evitar até 90% dos casos de câncer de colo de útero entre os imunizados, além da proteção secundária contra os outros tumores associados com a infecção sexualmente transmissível (IST). Por causa dessa redução de risco, seu uso também é indicado para homens, além das mulheres.
“Ela trabalha como quase todas as vacinas. Ela apresenta uma proteína que contém o vírus HPV, e o nosso organismo, então, promove defesas e faz memória imunológica contra aquela proteína. Se um dia o vírus chegar, essa proteína é reconhecida e nosso organismo não deixa que ele infecte, que ele cause infecção”, disse o epidemiologista José Geraldo Leite Ribeiro.
A vacina atualmente aplicada pelo SUS, Sistema Único de Saúde, é a quadrivalente, que reduz em cerca de 80% os casos de câncer de colo de útero, terceiro tipo com maior incidência no país. O Ministério da Saúde recomenda que esta vacina seja aplicada, em duas doses, em meninas e meninos de 9 a 14 anos de idade antes que tenham contato com o HPV, ou seja, antes do início da vida sexual. A meta do governo é atingir a cobertura de 80% do público-alvo. Contudo, no público masculino, o percentual está inferior aos 40%.
“Ela está associada à questão da proteção do câncer de colo de útero, então, às vezes, os meninos não se sentem confortáveis com essa questão, acham que a vacina não tem importância para eles. Mas é importante ressaltar que eles também podem adoecer dessa doença, podem ter formas que contagiam outras pessoas e perpetuar a transmissão da doença para a população”, disse Paulo Roberto Lopes Corrêa, diretor de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica de Belo Horizonte.