Mais de 50 dias após a cassação do prefeito de Santa Quitéria, José Braga Barrozo, o Braguinha (PSB), o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) ainda não definiu a data da eleição suplementar no município. A perda do mandato foi confirmada em 1º de julho, mas a resolução que estabelece o calendário eleitoral não foi submetida ao pleno da Corte. Apesar da expectativa de que o tema seja apreciado em breve, ele não consta na pauta da próxima sessão e não há garantia de deliberação nas reuniões seguintes.

O caso de Santa Quitéria é considerado o mais emblemático do pleito municipal de 2024 por envolver interferência de facções criminosas. O município enfrenta um cenário de instabilidade política e institucional, já que a demora em marcar a nova eleição aprofunda o vácuo de legitimidade na gestão local. Atualmente, quem ocupa o cargo de prefeito é Joel Barroso, filho de Braguinha e presidente da Câmara Municipal, o que reforça a incerteza sobre os rumos da administração.

Braguinha, que chegou a ser preso em janeiro, voltou recentemente à prisão domiciliar por decisão do TRE-CE, após ser flagrado participando de eventos políticos mesmo sem exercer o mandato. As denúncias de coação de candidatos, compra de votos com drogas e vínculos entre lideranças políticas e a facção Comando Vermelho reforçam a gravidade do caso. Agora, cabe à Justiça Eleitoral não apenas manter firme o combate às práticas ilegais, mas também agilizar a definição da eleição suplementar para restabelecer a normalidade democrática no município.