Natural de Teresina no Piauí, o romeiro Francisco Alan pagou na manhã de ontem uma promessa que ele cumpre há exatos 15 anos.

Alan ascende uma caixa de velas contendo 25 maços com seis unidades em cada saquinho.

No total são 150 velas que iluminam sua fé e devoção em São Francisco das Chagas. 

Para o estudioso religioso padre Adalberto Barreto, o romeiro caminha pelas veredas mais tortuosas da vida, tropeçando às vezes na própria desilusão, os devotos chegam à Canindé. Na bagagem, um coração vazio de si, na expectativa de se renovar pelo contato com o divino. Nas mãos trazem um ex-voto, símbolo de gratidão e a memória de uma identidade. Na voz, as orações se elevam em direção ao sagrado, direção daquele que foi tão pobre quanto eles. No olhar, uma saudade imensa e reticente sai pelas bordas dos olhos.

Passos brandos na vasta poeira do tempo trilham caminhos envoltos  no mistério, enveredados pela fé sem limites.

Para os romeiros não importa o sacrifício, o que vale mesmo é pagar sua promessa e ficar em dia com o santo. Pode demorar 10, 20, 30 anos, mas um dia ele dá um jeito, vem à Canindé e paga. São peregrinos vindos dos mais diversos pontos do mundo, que chegam ao maior Santuário Franciscano da América Latina em busca da cura por meio da fé. Que o diga seu Francisco Alan.

Foto e texto de Antônio Carlos CABRINI.

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