A 100 dias das eleições, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) promoveu uma coletiva de imprensa para elucidar questões sobre o pleito de outubro. Na ocasião, foram apresentados os dois modelos de urnas eletrônicas que serão utilizados e as novidades para este ano.
O novo modelo, de 2021, corresponderá a 39% das urnas utilizadas no Brasil. Ele tem um processador 18 vezes mais rápido que o modelo anterior, de 2015, e inaugura soluções de acessibilidade, como aprimoramento do sintetizador de voz para deficientes visuais e apresentação com intérprete de libras para indicar os cargos aos deficientes auditivos.
Outra novidade com foco nas minorias sociais para este ano é uma mudança na regra eleitoral que estabelece que os votos dados a candidatas mulheres e a pessoas negras para a Câmara dos Deputados serão contados em dobro, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, também conhecido como Fundo Eleitoral. A medida visa impulsionar candidaturas femininas e de negros junto aos partidos.
“O intuito é ter não só candidatas registradas, mas que o partido tenha interesse de lançar e divulgar essas candidaturas e efetivar esses mandatos”, afirma Edna Saboia, coordenadora de Eleições do TRE-CE, em relação a casos de fraude na cota de gênero, em que candidatas mulheres são apresentadas apenas para preencher o percentual obrigatório.
A respeito da garantia de segurança do processo eleitoral, Saboia destaca a ampliação do número de urnas que serão submetidas ao Teste de Integridade, que passa a ser feito com 600 urnas de todo o País; antes eram sorteadas 100 para auditoria. No Ceará, para o Teste de Integridade, o número passa de quatro para 27, além de mais oito aparelhos submetidos ao Teste de Autenticidade dos Sistemas.
Ante aos ataques ao sistema eletrônico de votação e o temor de acirramento, o TRE mobilizou uma Comissão de Segurança que planeja escolta para o momento de retorno das urnas e outras ações de segurança nas sessões.
“A gente teve problema nas eleições de 2020, então nesse momento a gente está fazendo uma análise daqueles locais de votação críticos, estamos recebendo informações das zonas eleitorais. Essa comissão tem se reunido justamente para propor ações no sentido de mitigar esses problemas, principalmente no dia das eleições”, diz a coordenadora de eleição.
Nesse sentido, ela destaca também a iniciativa do Grupo de Combate à Desinformação no TRE-CE, que atua desde 2020 promovendo palestras em repartições públicas, órgãos de segurança e universidades, além da Frente Nacional, em que os servidores da Justiça Eleitoral se voluntariam para “realizar divulgação e defender e informar à respeitos da segurança do processo eletrônico”.
O Povo Online
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