11 pequenos açudes começam a sangrar no Ceará.
- março 16, 2023
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As fortes chuvas registradas estão levando bons volumes ao Castanhão, maior reservatório do Ceará.
As fortes chuvas registradas estão levando bons volumes ao Castanhão, maior reservatório do Ceará.
Onze dos 157 açudes monitorados pela Companhia de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh) atingiram a capacidade máxima e se encontram vertendo (sangrando). As fortes chuvas registradas nesta semana na região Sul do estado fizeram o Rio Salgado correr com intensidade, levando bons volumes ao Castanhão, maior reservatório do Ceará. Contudo, a distribuição dessas águas no território é irregular, o que significa dizer que algumas regiões hidrográficas ainda inspiram cuidados.
“Hoje, temos praticamente o mesmo volume acumulado de primeiro de janeiro (31,8% atualmente contra 31,4% no início do ano). Natural que os pequenos reservatórios sangrem primeiro. Essa água da sangria, normalmente escoa para os reservatórios maiores. Por isso é prudente aguardar o final da quadra chuvosa para um diagnóstico”, avalia João Lúcio Farias, presidente da Cogerh.
Segundo Farias, as primeiras chuvas – sejam as de pré-estação, ou as caídas no início da estação, têm papel importante, embora não assegurem aportes significativos. “São essas primeiras chuvas que vão encharcar o solo e encher os pequenos barramentos. Com a continuidade das chuvas é que teremos recargas significativas nos reservatórios maiores”, explica. O gestor ainda alerta para as condições dos grandes reservatórios, considerados estratégicos. “Dos quatro maiores reservatórios do Estado, apenas o Araras, na Bacia do Acaraú, encontra-se em situação bastante confortável, com 72,6% da sua capacidade. Em seguida temos o Orós, com 46,4%, o Castanhão com 19,8% e, mais preocupante, o Banabuiú, com apenas 9%”, detalha.
Bacias como a do Coreaú (72,9%), Acaraú (66,4%) e Metropolitanas (62,4%) contrastam com as regiões hidrográficas do Banabuiú (9,5%) e Sertões de Crateús (12,9%). “Isso decorre de uma das principais características do nosso regime de chuvas, a irregularidade no tempo e no espaço. Ou seja, nossas chuvas não são homogêneas no território nem constantes.
Dessa forma, o quadro varia de região para região”, demandando ações específicas para cada quadro específico”, ensina o diretor de Operações da Cogerh, Bruno Rebouças. Para ele, mesmo com a boa perspectiva calcada nas previsões da Funceme para a quadra chuvosa, é necessário prudência. “Nem sempre chuva redunda em aportes. Essas chuvas, mesmo na média ou até acima da média, carecem de constância e precisam cair no lugar certo para gerar escoamento e, consequentemente, aportes”, ensina.
Com informações do Governo do Estado do Ceará.